Santos vai virar SAF?
No último domingo (6), a proposta do novo estatuto do Santos Futebol Clube foi aprovada pelos sócios do alvinegro praiano. Uma das principais mudanças no documento é adequação do clube para a possível criação de uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), o que permite que o Peixe possa ter parte de seus direitos vendidos a investidores.
Caso a diretoria do clube tenha a intenção de transformar o Santos em SAF, o processo não será tão simples. Será necessário primeiramente que a decisão passe por todos os órgãos do clube, e depois, ser aprovada por associados com direito a voto. Ou seja, a mudança no estatuto trata-se de uma adequação para a Lei Federal. Isso não significa que, de imediato, o Santos constituirá a SAF e nem que ela possa ser feita pela simples vontade do presidente e Comitê de Gestão.
Este fato é complementado por Celso Jatene, presidente do Conselho Deliberativo do Santos: “A partir de agora nós temos uma regra que nos adequa à lei federal. Quem decide é o Santos. Através de quem? Através do associado do Santos, quem decide é o associado através de vários trâmites. Agora, o Santos tem um regimento”.
Apesar de mudança no estatuto, presidente do clube havia descartado SAF no Santos
Curiosamente, o atual presidente do Peixe, Andres Rueda, descartou a possibilidade do Santos se tornar SAF durante palestra na Brasil Futebol Expo, em setembro deste ano. O dirigente falou sobre os problemas financeiros que levam as equipes a se tornarem clube-empresa e descartou totalmente este modelo de gestão no alvinegro praiano.
“Quando a gente fala de SAF, precisamos entender o estágio do futebol brasileiro. Infelizmente, por gestões passadas, numa grande maioria, eles conseguiram transformar uma indústria de muito dinheiro em uma situação catastrófica. Não todos os clubes, mas quando vamos analisar como chegamos nessa situação, ou porque passou por uma gestão amadora, ou porque teve dolo”, afirmou o cartola.
“Alguns clubes que hoje estão em um patamar acima, o que diverge dos outros, tentaram antes resolver isso. Eu costumo falar. Futebol tem uma característica. Ele consegue gerar jogadores ricos, dirigentes ricos, empresários milionários e clubes falidos. Quando você tem essa situação, algo precisa ser feito”, completou.
“Na SAF, uma instituição que foi criada com 100 anos, com sacrifício de seus sócios, com tijolo por tijolo, que sobreviveu a tantas coisas e simplesmente vender isso, não é minha posição, eu não concordo. Eu respeito a posição de cada clube, mas não é o melhor caminho”, finalizou o presidente.