Gol de juiz tirou vitória do Santos contra o Palmeiras em 1983
Em 1983, o Clássico da Saudade entre Santos e Palmeiras protagonizou um episódio um tanto quanto inusitado. As duas equipes se enfrentaram no Campeonato Paulista, e time alviverde carregava um tabu de quase quatro anos sem vencer o Peixe. No Morumbi, a partida não teve como personagem principal um jogador de uma das duas equipes – mas sim, o árbitro José de Assis Aragão.
O Santos jogou melhor e construiu um resultado de 2 a 1 na partida. Com os minutos finais se aproximando, a vitória do alvinegro praiano era certa. No entanto, um lance bizarro mudou a história do confronto.
A bola sobrou para Jorginho, do Palmeiras, dentro da área, aos 46 minutos do segundo tempo. O jogador do time da capital finalizou errado, mas a bola desviou no árbitro, posicionado na grande área, e entrou no gol. Sem nenhuma surpresa, os jogadores do Peixe em campo ficaram indignados pelo fato do gol ter sido validado.
“O gol do Palmeiras, com participação direta do árbitro Assis Aragão, acabou dando ao clássico de ontem um final hilariante (…) Aragão, figura neutra segundo as regras do jogo, teve participação física, mas não intencional”, escreveu o jornal A Gazeta Esportiva na época.
Como o árbitro é considerado neutro em campo, o gol foi dado a Jorginho, já que foi o último jogador a ter dado o toque na bola. Após o jogo, o jogador do Palmeiras falou sobre a situação com humor.
“Eu quis acertar o canto esquerdo, mas bati mal na bola, e ela sairia, se a providência não fizesse o Aragão desviá-la, sem saber o que havia feito. Saiu melhor a emenda do que o soneto e acredito que o empate premiou o espírito de luta do nosso time que, em momento algum se entregou e deixou de acreditar num resultado melhor”, afirmou o atleta.